“Com a informação ocorrida hoje (ontem) sobre o processo que enfrenta Daniel Alves, comunicamos o seguinte: o Club Universidad Nacional (Pumas) tomou a decisão de rescindir, por justa causa, o contrato com o jogador Daniel Alves a partir de hoje.”
As duras palavras foram do presidente do Pumas, Leopoldo Silva, foram outro golpe pesado e de enorme reflexo na situação do ex-lateral da Seleção Brasileiro.
Demonstrou toda a falta de confiança do clube onde atuava, na acusação de agressão sexual a uma mulher de 23 anos, na Catalunha, que levou o brasileiro para a cadeia.
A mesma diretoria que comemorou, celebrou sua contratação, vira as costas, expõe ainda mais o jogador que mais ganhou títulos na história.
Não quis saber de mandar advogado, nem deu apoio público algum.
É uma postura simbólica, ruim demais para Daniel Alves.
A legislação à agressão sexual à mulher ficou mais rígida na Espanha.
E Daniel Alves corre o risco de ser condenado até 12 anos de cadeia, caso fique confirmado o estupro.
O brasileiro foi depor ontem, de livre e espontânea vontade, sobre a acusação de ter tocado as partes íntimas de uma espanhola de 23 anos, na noite do dia 30 de dezembro, na boate Sutton.
O jornal Estado de São Paulo reproduz hoje a versão publicada pelo noticioso El Periódico, da Espanha. E que explicaria a drástica decisão da justiça da Catalunha, que levou o brasileiro preso até o julgamento da acusação.
O que aconteceu, de acordo com o a publicação espanhola, que garante ter tido acesso aos relatos da ‘vítima’ e da investigação policial, indica não só o porquê da prisão. Mas uma perspectiva sombria para o brasileiro.
De acordo com a mulher de 23 anos, que estava com duas amigas, ela chegou por volta das duas horas da manhã na boate. E teriam sido chamadas para a área VIP da boate por um grupo de mexicanos. Entre ele estava Daniel Alves.
O lateral flertou com ela e se aproximou. Teria dançado perto e segurado sua mão e levado até seu pênis por duas vezes, sem o consentimento da mulher.
Depois, a chamou. E pedido para segui-lo. Os dois acabaram no banheiro. Daniel Alves teria trancado a porta. A impediu de sair. Tirado seu vestido à força, a estapeado, a xingado, e, finalmente, tido relações sexuais forçadas.
Chorando desesperadamente, ao sair do banheiro, ela teria procurado seguranças da casa e acusado o jogador. Enquanto ele já não estava mais na Sutton, a mulher foi levada por ambulância para o Hospital Clinic. E os exames teriam confirmado as agressões sexuais.
Até o vestido da ‘vítima’ foi requisitado, para investigação, à procura de sêmen do brasileiro.
As duas amigas que acompanhavam a mulher na boate confirmam o assédio de Daniel Alves.
O relato do jornal El Periódico está espalhado por toda a Espanha, pelo mundo. No Brasil, vários jornais o divulgam, entre eles, o Estado de São Paulo.
O brasileiro caiu em uma contradição assustadora.
Primeiro, ele disse que não conhecia ‘a senhorita’, para a imprensa espanhola. E desmentiu toda a história.
Só que ontem, na justiça, Daniel teria confirmado haver mantido relações sexuais com a mulher. Mas de forma consensual. Ou seja, com ela também querendo, negando, portanto o estupro.
A contradição pesada sobre o que Daniel Alves falou, quando a acusação veio à tona, e seu depoimento ontem fez com que a juíza Maria Concepcion Canton Martins decretasse a prisão preventiva.
De acordo com juristas espanhóis pesou também a precaução. Havia o medo que Daniel Alves poderia fazer como Robinho e fugir para o Brasil, que não extradita seu cidadãos. Robinho está condenado a nove anos de cadeia na Itália, por estupro. E vive livre no país.
A situação de Daniel Alves é complicadíssima.
Ele está em uma cela comum no Centro Penitenciário Brians 1, que fica em Sant Esteve Sesrovires, a 40 quilômetros de Barcelona.
A direção do Pumas já deixou claro que, mesmo que o brasileiro se livre da acusação, não deseja que volte ao clube.
Se houver alguma pendência financeira será resolvida por advogados.
Será quase impossível que qualquer equipe o aceite, diante do nível das acusações.
Aos 39 anos, Daniel Alves está tendo um final de carreira lastimável.
De maior colecionador de títulos a rejeitado.
Acusado de estupro.
Tite o convocou para a Copa do Catar não só pelo futebol.
Mas para premiar o exemplo de ‘vida’ do lateral.
Pela trajetória.
Mesmo dois meses sem jogar.
No pior momento de sua carreira.
Esse exemplo de vida nunca esteve tão em dúvida…
Por telefone, de forma digital.
Mas o clube não quer a presença física do brasileiro.
Fonte: Gazeta Digital