Entregadores do aplicativo Ifood de Cuiabá e Várzea Grande farão uma paralisação no dia 6 de março para reivindicar melhorias.
A pauta principal é a igualdade nas entregas entre entregadores de empresas terceirizadas e os vinculados diretamente na plataforma.
Segundo Heleton Correia, representante dos trabalhadores, o Ifood tem repassado aos entregadores vinculados a empresas terceirizadas 80% do total de pedidos. Restando àqueles vinculados diretamente à plataforma apenas 20%.
Para Edson Bueno, de 40 anos, que trabalha vinculado diretamente ao Ifood há cerca de um ano, a divisão é desigual.
Existem muitas pessoas que têm um emprego fixo e fazem entregas para complementar a renda. Só que a maioria é como eu, que no momento só tem a renda do Ifood
“Eles estão dando mais preferência para esse pessoal. Às vezes a gente fica o dia todo pra fazer 10 ou 12 entregas”, lamentou.
Como o pagamento é feito por entrega, levando em conta a distância percorrida, a situação para Edson se agrava, já que essa é a sua única renda atualmente.
“Existem muitas pessoas que têm um emprego fixo e fazem entregas para complementar a renda. Só que a maioria é como eu, que no momento só tem a renda do Ifood”, disse.
Conforme apurou a reportagem, a diferença entre entregadores vinculados diretamente à plataforma e os vinculados a empresas terceirizadas seria a obrigatoriedade de cumprir uma carga horária por parte desse segundo grupo.
Os entregadores registrados diretamente na plataforma teriam autonomia para “fazer os seus horários” caracterizando-se como autônomos, enquanto os demais atuam como uma espécie de funcionários dessas empresas.
Outras duas pautas discutidas pela categoria são o “fora agendamento” e o “fora pedido duplo”.
Segundo Heleton, atualmente o motoboy precisa realizar o agendamento, caso contrário não consegue efetuar entregas.
E em relação aos pedidos duplos, a empresa estaria colocando dois pedidos em uma mesma corrida e realizando apenas um pagamento.
Categoria organizada
Dezenas de entregadores se reuniram nas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso para discutir as pautas.
O dia da paralisação foi marcado, e será realizado em outros Estados do País, mas antes disso os trabalhadores pretendem fazer um novo encontro para atrair mais membros para a causa.
Fonte: Mídia News