O vereador Tenente-coronel Marcos Paccola (Cidadania) comparou a gestão do prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB) ao organograma da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ao comentar sobre as operações deflagradas contra supostos esquemas na Saúde de Cuiabá.
Paccola, que por quase 20 anos atuou na Polícia Militar – principalmente no Batalhão de Operações Especiais (Bope) e na área de inteligência da Segurança Pública –, afirmou que são muitas as similaridades encontradas por ele entre a gestão e a facção.
“Você tem o Conselho Final, ou seja, não é só o prefeito Emanuel Pinheiro, mas sim uma cúpula de pessoas muito próximas a ele”, disse.
Tenho absoluta certeza que tem escândalos para estourar na Educação, no Assistência Social, em outras secretarias
“Você tem o geral de fora, que são as pessoas que estão fora do sistema, empresas e partícipes, ou pessoas que estiveram dentro e fora ao mesmo tempo – por exemplo, ex-vereadores que eram da base, e apesar de terem perdido a eleição, não perderam a proximidade do poder e muitos estão com cargo de secretários, esposas ou filhos nomeados”, completou.
O vereador ainda citou a existência das pessoas inseridas no sistema e que fazem o esquema acontecer – chamado por ele de “geral de dentro” – e o núcleo da “sintonia dos gravatas”.
E citou como uma das manobras feitas por eles a denúncia contra o servidor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), João Paulo Martins Viana, que acabou provocando a sua exoneração do cargo de chefia do órgão em Mato Grosso.
“A sintonia dos gravatas forma a estrutura de defesa, são os advogados. Inclusive aquela denúncia do auditor do Denasus foi manobra feita pela defesa para lá na frente alegar perseguição e tentar não provar inocência, mas anular processualmente a investigação contra o Emanuel Pinheiro”, afirmou.
“Eu não sabia”
Para Paccola, o discurso de Emanuel de que não sabia de tudo o que estava acontecendo em sua gestão e de que foi pego de surpresa pela sequência de operações na Secretaria de saúde de Cuiabá não tem cabimento.
“Está entre o improvável e o impossível ele dizer que não sabia. […] E muitas outras coisas vão desdobrar”, afirmou.
“Tenho absoluta certeza que tem escândalos para estourar na Educação, no Assistência Social, em outras secretarias além da Saúde, que a gente sabe que tem denúncias e investigações em curso”, concluiu.
Fonte: Mídia News