Os cinco alvos da Operação Capistrum, deflagrada nesta semana, são suspeitos de integrarem uma organização criminosa que operava na Secretaria de Saúde de Cuiabá, voltada para contratações irregulares de servidores temporários, que, em sua maioria teria sido realizada para atender interesses políticos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
As investigações são lideradas pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual, por meio do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária), que apontam crimes de organização criminosa, prevaricação e obstrução da Justiça.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão, sequestro de bens no valor de R$ 16 milhões, prisão temporária e afastamento de cargo e é assinada pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva. No documento, consta por qual razão cada um foi alvo da operação.
Entenda:
– Emanuel Pinheiro: prefeito de Cuiabá, o emedebista é apontado como o responsável por determinar a realização de contratações temporárias de indicados políticos, principalmente de vereadores, a fim de garantir seu “canhão político”, visando retribuir ou comprar apoio à sua gestão.
Esses servidores, muitos sem qualificação para atuar na área, inclusive recebiam “prêmio saúde” que variava de R$ 70 a R$ 5,8 mil, cujos valores seriam determinados por Emanuel.
Ele foi afastado do cargo e alvo de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens.
– Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro: primeira-dama de Cuiabá, a esposa de Emanuel também é suspeita de interferir nas contratações feitas pela Pasta da Saúde, tendo inclusive indicado o investigado Ricardo Aparecido Ribeiro para ocupar o cargo de coordenador de Gestão de Pessoas da Pasta, com quem despacharia diretamente.
Ela faria as determinações principalmente por meio de outra investigada, a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza.
Ela foi alvo de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens.
– Antônio Monreal Neto: chefe de Gabinete de Emanuel e apontado como braço direito do prefeito, acompanhado-o desde a Assembleia Legislativa em 2014, o assessor é acusado pelo MPE de obstruir as investigações.
Conforme a decisão, ele determinou aos servidores da Saúde que não colaborassem com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), quando eles estiveram na sede da Secretaria e em demais unidades de saúde.
Ele foi afastado do cargo e teve a prisão temporária decretada, além de ser alvo de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens. Na sexta-feira (22), ele foi solto, mas terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá se comunicar com outros investigados.
– Ivone de Souza: secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, ela é apontada na decisão como uma espécie de “assessora” da primeira-dama, sendo responsável pelas contratações questionadas pelo MPE, além de ser também braço direito de Emanuel, acompanhando-o na vida política desde 2011, quando atuava na Assembleia Legislativa.
Segundo a decisão, ela incluía servidores contratados temporariamente na folha de pagamento da Saúde sem nem mesmo contar com a assinatura do gestor da pasta, despachava direto com Márcia Pinheiro e alegava que “apenas cumpria ordem de Emanuel Pinheiro”.
Ela foi afastado do cargo e foi alvo de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens.
– Ricardo Aparecido Ribeiro: ex-Coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde de Cuiabá durante o período de julho de 2017 a julho de 2020, também é apontado como responsável pela contratação dos temporários na Saúde, tendo sido indicado ao cargo pela primeira-dama.
Ouvido nas investigações, ele afirmou que muitas dos contratados eram indicados políticos de vereadores da Capital.
Ele foi alvo de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens.
Fonte: Mídia News