A Polícia Federal terá mais seis meses para para concluir o inquérito contra o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) e o vereador Marcrean Santos (PP) por suposta boca de urna e transporte de eleitores.
As infrações teriam ocorrido em novembro de 2020, no segundo turno do pleito municipal, quando Emanuel concorreu à reeleição e venceu. Marcrean chegou a ser flagrado fazendo boca de urna para o prefeito, mas fugiu do local assim que os policiais chegaram.
O pedido de dilação de prazo da investigação foi feito pela Polícia Federal em agosto deste ano. Isso ocorreu porque, conforme a PF, Emanuel e o ex-vereador, que deveriam ser ouvidos no dia 10 de agosto, tiveram as oitivas reagendadas para o dia 17. Assim, os agentes justificaram a necessidade de mais tempo para concluir o inquérito.
“Solicite-se ao Ministério Público Estadual, através do PJE, concessão de prazo para conclusão da investigação em curso, em razão da remarcação das oitivas de Emanuel Pinheiro e Marcrean dos Santos”, consta em pedido.
Em determinação, o juiz eleitoral Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 51ª Vara de Cuiabá, apontou que “havendo concessão” do pedido por parte do Ministérieo Público Eleitoral, que houvessa a “remessa direta à Polícia Federal para prosseguimento das investigações”.
No dia 24 de agosto, o promotor eleitoral Arnaldo Justino da Silva deu parecer a favor da prorrogação de prazo da investigação em mais 120 dias.
“O MPE concorda com a solicitação de dilação de prazo conclusão dos trabalhos, por mais 120 (cento e vinte) dias, para a realização de diligências necessárias para a condução deste inquérito, dentre elas a realização de oitivas de Marcrean dos Santos e Emanuel Pinheiro, sem prejuízo de outras diligências que se mostrarem necessárias com o avanço das investigações para o completo desenlace dos fatos e sua autoria, devendo, ao final, a ilustre Autoridade Policial elaborar minucioso relatório das atividades realizadas”, apontou o promotor.
Desta forma, a Polícia Federal prosegue com as investigações e terá até o fim de fevereiro para concluir o inquérito.
O caso
Marcrean foi acusado por eleitores de estar em uma escola no bairro Pedregal, em Cuiabá, abordando pessoas com pedidos de votos para Emanuel no dia do segundo turno.
Conforme os autos, Marcrean teria atendido pedido de fornecimento ilícito de transporte a eleitor. Ou seja, quando agentes oferecem locomoção a cidadão até a sessão eleitoral para que votem em determinado candidato.
No dia, após a chegada da Polícia Militar ao local, o ex-vereador teria aproveitado do tumulto gerado e fugido do local.
Veja B.O. do caso: