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Polícia pega bando por assassinato de servidor da Sefaz em Chapada

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A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (01.06) a Operação Omertá para cumprimento de 16 mandados judiciais de prisão preventiva e de busca e apreensão contra oito pessoas investigadas pelo crime de roubo seguido de morte contra o servidor público aposentado Nicomedes Francisco Pinto Lopes, 69 anos. O corpo do aposentado foi encontrado quatro dias após o crime, às margens da Rodovia Arquiteto Helder Cândia, em março.

Os mandados são cumpridos pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos da Capital, com apoio da Delegacia de Chapada dos Guimarães e do Ciopaer, nas duas cidades.

A operação tem como alvos seis homens e duas mulheres identificadas nas investigações realizadas pela Polícia Civil como envolvidos no crime que vitimou o aposentado de 69 anos, que morava em Chapada dos Guimarães. As ordens judiciais foram expedidas pelo juízo da 6ª Vara Criminal de Cuiabá.

O resultado da operação e das investigações será detalhado em coletiva com a imprensa, na tarde desta terça-feira, às 14h30, no auditório da Diretoria da Polícia Civil (Avenida Coronel Escolástico, 346, bairro Bandeirantes – Cuiabá).

Crime

O corpo de Nicomedes Lopes foi encontrado na manhã do dia 25 de março, nas proximidades do Distrito da Guia, em uma estrada que dá acesso a uma empresa da região. O aposentado apresentava duas perfurações de arma de fogo.

O crime ocorreu na noite de 21 de março, no bairro Pôr do Sol, em Chapada dos Guimarães. Assim que foi acionada na manhã de segunda-feira (22) pelos filhos da vítima, os policiais civis do município iniciaram as diligências para apurar os fatos que, inicialmente, foram tratados como extorsão e desaparecimento.

Conforme as apurações realizadas, um dos filhos de Nicomedes recebeu uma mensagem no celular informando sobre uma transferência da conta bancária de seu pai, por meio de PIX, no valor R$ 4,9 mil, para a conta de uma mulher. Estranhando a transação, o filho entrou em contato com o pai pelo aplicativo Whatsapp perguntando sobre outro assunto, para não ser direto, porém, a mensagem foi visualizada e não foi respondida. Ele então tentou telefonou para a vítima, mas conseguiu contato.

Ao longo da segunda-feira (22), a Polícia Civil identificou que os criminosos fizeram outras compras com os cartões da vítima, algumas em valores altos totalizando R$ 8 mil, em duas transações e outras compras menores realizadas em cartão de débito.

Desconfiado, o filho foi até a casa do pai e ao chegar viu que a residência estava trancada e o cachorro amarrado, o que não era costume. O veículo da vítima, um modelo Jeep Renegade, também não estava na casa e foi encontrada uma escada encostada ao muro, onde havia marcas de pegadas de botas.

Durante a investigação, a Delegacia de Chapada dos Guimarães solicitou apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado, por haver a suspeita de um possível sequestro.

Indícios

O carro da vítima foi encontrado pela Polícia Militar abandonado, no bairro Jardim Vitória, na Capital.

A investigação chegou a um casal, na noite de quarta-feira (24), no bairro Jardim União, em Cuiabá, que estava com parte dos produtos roubados da vítima, um aparelho celular modelo Iphone 8 e uma televisão de 50 polegadas. A mulher de 28 anos e o homem de 31 foram detidos pelos crimes de associação criminosa e receptação.

Durante as diligências sequentes, a Polícia Civil identificou um segundo casal que recebeu as transferências dos valores feitas da conta da vítima. Os suspeitos foram localizados e confessaram ter recebido R$ 4,9 mil a mando de um grupo criminoso.

As investigações apuraram a participação de outros envolvidos no crime e com os indícios coletados, o delegado de Chapada dos Guimarães, Alexandre Nazareth, representou à Justiça pela prisão dos suspeitos. Contudo, o juízo da Comarca do município declinou da competência e entendeu que o crime ocorreu no município de Cuiabá, remetendo o caso para a Capital. A Delegacia de Roubos e Furtos deu sequência ao inquérito instaurado.

Operação

Omertà é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas do sul da Itália. Fundamenta-se em um forte sentido de família e voto de silêncio, seja em direta relação pessoal em atos criminosos, como quando os fatos envolvem terceiros.

Imagem: Reprodução

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