Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: MDAS / Divulgação
A renda do trabalho da população mais pobre do Brasil cresceu 10,7% em 2024. O ritmo desse avanço foi 50% maior do que o observado entre os 10% mais ricos, cuja alta foi de 6,7%. Com isso, o país registrou a maior redução da desigualdade social dos últimos anos. No geral, a renda do trabalho aumentou 7,1% no ano. O resultado reflete uma combinação entre a geração de empregos formais e a Regra de Proteção do Bolsa Família — mecanismo que permite a manutenção do benefício mesmo após o ingresso no mercado de trabalho.
Os dados são de estudo da FGV Social, com base na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Segundo a análise, a Regra de Proteção foi um dos principais fatores para o desempenho observado. Em 2023, o Bolsa Família foi retomado pelo governo federal com um reajuste de 44% no valor médio pago aos beneficiários.
O estudo aponta ainda que o aumento da escolaridade foi mais expressivo entre as pessoas de menor renda, o que representa um avanço estrutural relevante para a redução das desigualdades. A queda na taxa de desemprego também teve maior impacto sobre a base da distribuição de renda. Em 2024, o Brasil registrou a menor média de desemprego da série histórica: 6,6%.
Outro dado apresentado é que, em 2023, 75,5% das vagas formais criadas foram ocupadas por beneficiários do Programa Bolsa Família. Do total de novas contratações, 98,8% foram de pessoas inscritas no Cadastro Único, segundo cruzamento de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) com informações do MDS (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).
Premiação
Para reconhecer ações de inclusão produtiva voltadas a pessoas inscritas no Cadastro Único, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome realiza, em 29 de abril, em Brasília (DF), a cerimônia do Prêmio Nacional de Inclusão Socioeconômica.
A premiação será dividida em três categorias principais. A primeira, Inserção no Mercado de Trabalho, vai contemplar cinco empresas, cinco estados e quinze municípios que se destacaram na geração de oportunidades de emprego e na oferta de programas de qualificação profissional. Os critérios incluem número de vagas geradas, empregabilidade e qualidade das ações de capacitação.
Na categoria Empreendedorismo e Fomento, serão reconhecidos micro e pequenos empreendedores que superaram situações de vulnerabilidade social, além de instituições financeiras que criaram programas de crédito voltados a negócios inclusivos.
Já a categoria Combate à Desigualdade premiará estados e capitais com os melhores desempenhos no Ibem Trabalho (Índice Brasileiro de Empregabilidade e Mercado de Trabalho), considerando indicadores como formalização, renda média e acesso a direitos trabalhistas.
Além das categorias competitivas, haverá menções honrosas para organizações da sociedade civil participantes do Programa Acredita, que atuam em projetos de inclusão produtiva.
O evento reunirá autoridades, representantes do setor privado, empreendedores e lideranças sociais, com foco nos avanços recentes na redução das desigualdades no país.