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Procurador aponta ignorância de Mauro e diz que ele fez comparação estúpida

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: MPMT

As falas do governador Mauro Mendes (União), ao sugerir a instalação de câmeras corporais em magistrado e membros do Ministério Público, incomodaram o procurador de Justiça Domingos Sávio. Ele disse que este tipo de argumento contrário ao uso de câmeras por policiais “revela a total ignorância de quem o sustenta” e que “é uma estupidez querer assemelhar a situação” deles com a dos demais servidores públicos, já que são os únicos autorizados a fazer uso da força em serviço.

Em entrevista nesta semana, ao se opor novamente à instalação de câmeras nas fardas de policiais em Mato Grosso, Mauro Mendes sugeriu que o mesmo fosse feito com magistrados do TJ e membros do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). Ele citou o escândalo de venda de sentenças.

“Ei, mas tem juiz que também vende sentença, que foi flagrado vendendo sentença, desembargador vendendo sentença, então vamos botar câmera em todos os juízes, desembargadores. Ei, tem gente do Ministério Público também, então vamos colocar câmera em todo mundo do Ministério Público. Então existem algumas discussões às vezes, que elas são muito atravessadas”, disse.

Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, o procurador Domingos Sávio, sem citar o nome do governador Mauro Mendes, disse que os opositores do uso das câmeras em policiais “apresentam argumentos cada vez mais absurdos”.

“Esse raciocínio, além de ofensivo a todos nós, revela a total ignorância de quem o sustenta. Eu já disse aqui que o uso das câmeras corporais pelos policiais militares é importante, antes de tudo, para proteger o bom policial. Isso porque, com as câmeras filmando suas ações, eles não serão acusados leviana e, injustamente, de terem se conduzido arbitrariamente ou à margem da legalidade”, disse.

O membro do MP também pontuou que as câmeras policiais também serviriam para a obtenção de provas (para combate à criminalidade) e para evitar abusos por parte de maus policiais.

“Esse controle é oportuno porque os policiais, minha gente, são os únicos agentes do estado que detém a prerrogativa de usar a força, inclusive letal, no exercício das suas funções, ou seja, enquanto estão trabalhando. Então, diante dessa excepcionalidade e dessa particularidade da atividade policial que, caso mal desempenhada, pode resultar em gravíssimos prejuízos às pessoas, é que, por cautela, em defesa da sociedade em geral, se mostra necessário o uso das câmeras para coibir, evitar condutas abusivas e criminosas dos maus policiais”.

Além disso, o procurador também argumentou que atos de corrupção, porque estes não ocorrem em horário de serviço e quase sempre contam com participação de terceiros, além de que membros do MP, magistrados e políticos não têm a prerrogativa de usarem a força em suas funções.

“Então, é uma estupidez querer assemelhar a situação dos policiais com as de políticos, magistrados e membros do Ministério Público. São situações absolutamente diferentes. Esse argumento, para além de ofensivo, uma vez que lança sobre todos nós uma nuvem suspeita de corrupção, revela uma total ignorância acerca das múltiplas razões que justificam o uso das câmeras corporais nos policiais”.

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