Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Fernando Rodrigues/OAB-MT
Gisela Cardoso, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), disse que a ordem tem interesse em saber se houve, de fato, vazamento sobre a deflagração da Operação Office Crime, que mirou envolvidos no homicídio do advogado Renato Nery, em Cuiabá, em julho de 2024. Um dos alvos da operação, sargento Heron Teixeira Pena Vieira, viajou para pescar na madrugada em que a operação foi deflagrada e só se entregou na sexta-feira (7), um dia após a ação.
A Operação Office Crimes – A Outra Face, que investiga o assassinato do advogado, foi deflagrada na manhã dessa quinta-feira (6) e cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra 6 alvos, entre eles alguns policiais militares.
Os rumores do possível vazamento de informações se intensificaram devido à exoneração, um dia antes da operação, do cabo Wailson Alesandro Medeiros Ramos, que estava lotado na Casa Civil e era um dos responsáveis pela segurança do governador. Wailson foi um dos presos. O sumiço de Heron Teixeira também endossou esta versão.
Em entrevista na sexta-feira (6), a presidente da OAB-MT disse que vem acompanhando o caso desde o início, junto com a polícia. Ela destacou que um crime como este, cometido à luz do dia em uma das avenidas mais movimentadas da capital, exige respostas.
“Ontem a gente recebe a notícia do mandado de prisão envolvendo 6 pessoas, policiais militares, o que nos faz inclusive destacar que nós precisamos de respostas do Governo do Estado, precisamos de respostas da Secretaria de Segurança Pública”, pontuou.
Com relação ao suposto vazamento, Gisela afirmou que a OAB tem interesse em saber se, de fato, isso ocorreu para então cobrar a responsabilização dos envolvidos.
“Nós precisamos buscar primeiro se houve o vazamento e depois as responsabilidades, que se identifique os responsáveis e que haja punição àqueles que proporcionaram, se houve o vazamento. Mas nesse momento, sem dúvida nenhuma, a nossa primeira preocupação e busca é para a solução definitiva desse crime”.
A morte de Renato Nery estaria envolvida com disputas de terra, assim como o assassinato do advogado Roberto Zampieri. A presidente da OAB afirmou que a profissão, muitas vezes, envolve risco e por isso a ordem tem buscado mudanças nas normas e na legislação, para garantir mais segurança aos advogados. Também reforçou que é importante que este caso seja totalmente esclarecido.
“A advocacia, a OAB, a sociedade espera e eu tenho certeza que virão as respostas necessárias com suposto envolvimento de policiais militares, com suposta utilização de armas acauteladas pelo Estado e também em relação a esse possível vazamento, em que circunstâncias se deu essa fuga, nós estamos cobrando, pedindo e esperamos, acredito que teremos as respostas necessárias para a família do dr Renato Nery, para a advocacia e principalmente para a sociedade”, disse Gisela.
A OAB-MT já havia se manifestado sobre a operação na quinta-feira (6)
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) acompanha, desde a manhã desta quinta-feira (6), a 3ª fase da Operação Office Crime, que aponta o envolvimento de seis pessoas no assassinato do advogado e ex-presidente da OAB-MT, Renato Gomes Nery, sendo que quatro policiais e um caseiro tiveram mandados de prisão cumpridos.
A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, esteve em contato com as autoridades de segurança na manhã desta quinta-feira, assim como tem feito nos últimos meses, e destaca que “o avanço das investigações é fundamental para a elucidação das motivações que culminaram no crime, bem como para que haja justiça à memória do advogado e a toda a advocacia mato-grossense, também atingida por essa violência”.
A presidente destaca ainda que as investigações têm sido conduzidas com a seriedade esperada pela OAB-MT e pela sociedade.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SECCIONAL MATO GROSSO (OAB-MT)