Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Luiz Leite
Há um mês, no dia 15 de julho, o Shopping Popular era totalmente destruído por um incêndio. Bancas de venda e milhares de produtos foram consumidas pelo fogo, afetando cerca de 600 comerciantes. Depois de 30 dias, ainda há incertezas e comerciantes relatam dificuldades para recomeçar. A causa do incêndio ainda é desconhecida. O laudo vai de morar mais 40 dias.
Reportagem do GD esteve no local, onde vários comerciantes estão alocados – que fica ao lado do que sobrou da estrutura do shopping, na avenida Carmindo de Campos. A última informação, é que eles vão ser transferidos para um estacionamento ao lado complexo de vendas, como anunciado pelo o presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular, Misael Galvão, no último sábado (10).
Sem muitas perspectivas de auxílios governamentais, os lojistas seguem suas rotinas de vendas procurando se reerguerem. O comerciante Kleber Gomes Dias, 47, relata que após o incêndio houve uma comoção inicial, mas que, atualmente, não acredita que a questão ainda seja muito burocrática.
“Eu acho que no começo todo mundo se prontificou querendo ajudar, falando isso, aquilo ou tudo. Mas, num certo ponto, a gente vê que não é bem por aí, que as coisas não acontecem dessa forma. No momento até falam muito bonito. Mas as coisas vão acontecendo, no andar da carruagem, e vai ver que realmente não é assim dessa forma. Tá certo, tá tendo um interesse num certo ponto, né, público, de querer ajudar. Mas em questão ainda assim é bem burocrática”, Comenta.
Kleber trabalha há 24 anos com venda, antes, fez a carreira no shopping. Começou como vendedor de brinquedos e montou a própria banca em 2005, com auxílio da esposa, no seguimento de roupas esportivas. O vendedor relata que soube do incêndio por uma ligação do enteado, após a notícia, se deslocou o mais rápido que pode e hoje ele fala sobre como sua rotina mudou.
“Está bem puxada a rotina, ainda mais que perdemos tudo. Perdemos tudo que tinha no nosso estoque. E aí hoje, conseguimos juntar uma certa quantia, onde foi um recomeço de um pouco de mercadoria, para começar de novo” diz.
No dia 23 de julho, 8 dias após o ocorrido, a prefeitura anunciou uma linha de crédito adicional exclusiva, no valor de R$ 10 milhões, para a retomadas das atividades dos lojistas.
O empresário foi atrás desse auxílio, mas não obteve sucesso. “É, tomamos informação dessa linha de crédito aí, mas ainda assim, pelo que a gente já correu atrás em ver essa linha de crédito, ainda é um pouco difícil”.
A recém-formada arquiteta Larissa Moraes, 34, teve oportunidade em abrir uma loja de relógios e óculos no Shopping. Antes de exercer a profissão, ela optou pelo investimento no empreendimento, com o auxílio do marido, que já trabalhava há 20 anos no ramo.
“Acho que ia fazer 30 dias que a gente estava lá. E daí aconteceu o que aconteceu. Assim, perdi tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, completamente. Investimento que a gente fez, tinha coisas que a gente nem tinha aberto ainda e virou cinza” comenta.
Para retomar as vendas, a comerciante que perdeu todo o estoque no incêndio, teve que usar o cartão de crédito e algumas entregas de compras já feitas. Sobre o fluxo de pessoas, ela diz que nada se compara ao de antes do incêndio e acrescenta que voltar a rotina. “Não está sendo muito fácil, em dia que a gente vem não vem de nada, mas a gente está aqui tentando recomeçar de novo”.
Reportagem do GD entrou em contato com a Perícia Oficial e de Identificação Técnica (Politec), e foi informada pela assessoria de imprensa que o laudo técnico sobre o incêndio no shopping não está pronto e que pode demorar mais 40 dias para ser concluído.