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Palmeiras e São Paulo abrem 17ª decisão entre ambos no Paulistão, mas apenas a terceira final direta

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Quando entrarem no campo do Morumbi às 21h40 (de Brasília) desta quarta-feira (30), Palmeiras e São Paulo iniciarão pela 17ª vez na história a disputa de um Campeonato Paulista. Entretanto, apesar da histórica rivalidade entre a dupla, algo que quase sempre literalmente extrapola as linhas do campo, será apenas a terceira vez que ambos jogarão uma final direta para decidir o Estadual.

Ao todo, em 13 das 16 vezes em que alviverdes e tricolores disputaram o título paulista (ou que pelo menos um foi vice do outro), a competição tinha os pontos corridos (ou perdidos, como se contava em determinadas épocas) para se apontar o campeão

A única exceção é 1996. O Palmeiras dos 102 gols ganhou os dois turnos de um certame que previa o embate entre o campeão da primeira jornada com o do segundo. O Tricolor do iniciante Muricy Ramalho acabou chegando à segunda colocação, passando a Portuguesa na classificação geral nas rodadas finais.

De resto, em finais diretas mesmo, só duas na história, 1992 e 2021, ambas vencidas pelo São Paulo.

No retrospecto geral, contudo, a vantagem é palmeirense, com nove títulos contra sete do rival do Morumbi.

Confira todas as decisões paulistas entre Palmeiras e São Paulo (em negrito o campeão):

1931 – São Paulo – Palestra Itália *
1932 – Palestra Itália – São Paulo *
1933 – Palestra Itália – São Paulo *
1934 – Palestra Itália – São Paulo *
1944 – Palmeiras – São Paulo *
1949 – São Paulo – Palmeiras *
1950 – Palmeiras – São Paulo *
1953 – São Paulo – Palmeiras *
1963 – Palmeiras – São Paulo *
1970 – São Paulo – Palmeiras *
1971 – São Paulo – Palmeiras *
1972 – Palmeiras – São Paulo*
1992 – São Paulo – Palmeiras
1994 – Palmeiras – São Paulo *
1996 – Palmeiras – São Paulo
2021 – São Paulo – Palmeiras

  • disputas em pontos corridos

O LANCE! destaca o ponto máximo dessas disputas.

O primeiro vai retratar o início da década de 1930. Período de maior efervescência do futebol paulista, com o início do profissionalismo, retrata a fundação do São Paulo e seu primeiro título, em cima do Palestra Itália, a Revolução Constitucionalista de 1932, que interrompeu o campeonato, para queixas dos tricolores e deu início à caminhada do único tri palestrino até hoje.

Depois vamos para o início dos anos 1970. O ponto mais alto da rivalidade. O polêmico título tricolor de 1971, com arbitragem polêmica de Armando Marques e briga campal e a resposta palmeirense no ano seguinte, quando mandou o jogo no Pacaembu peitando até a Ditadura Militar e levou o caneco.

Por fim, vamos aos anos 1990. Duelo de titãs: de um lado a Parmalat, de outro Telê Santana. Em 1992, o Tricolor atravessou o mundo e o conquistou antes de manter o novo rival milionário na fila.

1931 A 1934: QUANDO SURGE O TRICOLOR, O PROFISSIONALISMO E O ALVIVERDE IMPONENTE

Em 25 de janeiro de 1930 surgira o São Paulo Futebol Clube. E logo após essa data, o então Palestra Itália já apresentou como um de seus maiores rivais. Tal como acontece atualmente, brigas de dirigentes incentivavam as desavenças. O primeiro empasse, segundo historiadores, surgira já no evento de filiação do Mais Querido na Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos), então organizadores do Paulistão, quando os tricolores pediram para não ficarem ao lado na mesa daqueles ‘italianos que berram’, gerando um mau estar que foi levado para o gramado

Não era para menos. O cenário da cidade até aquele momento mostrava um hegemônico Corinthians, com nove títulos, e as demais agremiações lutando para superar o time do Parque São Jorge. O Palestra Itália, com três títulos, já mostrava certa vantagem sobre outros rivais, como a Portuguesa, e o São Paulo bagunçava esse cenário.

Herdeiro direto do vitorioso e poderoso Paulistano, que decidira abandonar o futebol dois anos antes insatisfeito com o avanço do profissionalismo, e da Atlética das Palmeiras, até então uma das equipes mais populares da cidade. o Tricolor carregava, além do nome, as cores da cidade e do Estado, se tornando uma opção bem clara de torcida para aqueles que não se enxergavam com os espanhóis corintianos e os italianos. Além, claro, de ter herdado grande patrimônio.

O campeonato de 1930 já mostrara que o São Paulo nascera para ser grande. A equipe desbancou Palestra, Portuguesa e o Santos para ser vice de um certame conquistado pelo Corinthians. As provocações recaíram todas sobre os palestrinos, sempre ofendidos em suas origens operárias, o sotaque ítalo-paulistano e o jeito de se portar, chamativos e barulhentos, enfim.

E aí veio 1931. Apenas em seu segundo ano de existência, o São Paulo mostrou sua força. Desbancou os palestrinos após uma goleada por 4 a 0 em pleno Parque Antártica, em 6 de dezembro, e caminhou sem rivais rumo ao título. Depois do jogo, relatos de que os tricolores mais uma vez abusaram, indo da comemoração à provocação, o que enfureceu os palestrinos.

Chegara o ano de 1932 e com ele um fato de extrema importância para a história do Brasil. A Apea até realizou o hoje saudoso Torneio Início, vendido pelo São Paulo sobre o Palestra. Mas o campeonato acabou tendo de ser disputado em turno único por conta da Revolução Constitucionalista, que explodiu naquele ano e interrompeu o certame com poucos jogos disputados.

O fato gerou reclamações dos tricolores, que reclamaram de suposta vantagem dada ao Alviverde sem a realização do segundo turno. Em campeonato iluminado de Romeu, até hoje um de seus maiores artilheiros, se tornou a única equipe na história a vencer o Paulistão com 100% de aproveitamento. Ou seja, venceu todos os 11 jogos disputados.

Foi a forra palestrina diante do Mais Querido. No ano seguinte, o profissionalismo foi de fato implantado e o Verdão caminhou rumo ao tricampeonato, o único de sua história, todos em cima do Tricolor, que diante da superioridade chegou a encerrar as atividades por alguns meses em 1935 para colocar a casa ordem.

O fato que fez com que as provocações palestrinas fossem enfim retribuídas. Até hoje o Palmeiras despreza esse período da história tricolor, reforçando que os duelos foram contra o ‘São Paulo da Floresta’, diz que o rival não aguentou a força do Verdão e motivou a torcida na época a levar aos estádios uma faixa com os dizeres ‘quando surge o alviverde imponente’, frase que acabou sendo incorporada ao hino do clube após sua mudança de nome forçada, entre outros por suposta pressão do São Paulo, nos tempos de Segunda Guerra Mundial. Mas isso é assunto para outro dia…

Fonte: Esportes R7

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