O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), confirmou a convocação dos suplentes de Dilemário Alencar (Podemos) e Edna Sampaio (PT) para votação dos dois pedidos de impeachment contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Os pedidos foram feitos na semana passada pelos dois parlamentares, mas a Câmara não colocou em pauta por um desentendimento entre base e oposição quanto ao formato de convocação de suplentes e a necessidade ou não de afastamento dos titulares – uma vez que eles são impedidos de votarem seus próprios pedidos.
“Fiz uma reunião com os procuradores, porque é algo muito novo, nunca tinha acontecido algo parecido na Casa. Mas através dos estudos da nossa Procuradoria, entende-se que tem que convocar os suplentes dos vereadores apenas para o ato de votação”, afirmou Juca ao MidiaNews.
Vai ser colocada em pauta. Ficam dizendo aí que a base vai esvaziar, mas isso nunca acontece
Segundo o presidente, a convocação em formato específico será feito pela Mesa Diretora e os dois requerimentos devem entrar na pauta da sessão desta terça-feira (30).
Para a votação, devem participar o policial federal Rafael Ranalli (Podemos) e o Professor Robinson Cireia (PT), suplentes dos vereadores Dilemário e Edna, respectivamente.
Juca ainda negou qualquer manobra dos políticos da base para tentar adiar a votação mais uma vez.
“Vai ser colocada em pauta. Ficam dizendo aí que a base vai esvaziar, mas isso nunca acontece”, afirmou.
Expectativa
Para a oposição, o clima de apoio ao prefeito Emanuel Pinheiro tem se arrefecido dentro do Legislativo cuiabano e há chances reais de que a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito contra o emedebista seja aprovada em breve pelo Plenário.
Emanuel conta com uma ampla base na Câmara de Cuiabá, mas a aposta da oposição é de que os “novatos”, que até então se colocaram a favor da gestão atual, não mais estariam dispostos a continuar arcando com um desgaste.
Afastamento e investigação
O prefeito de Cuiabá passou mais de um mês afastado do Palácio Alencastro por determinação da Justiça após ser alvo da Operação Capistrum, suspeito de irregularidades na contratação de servidores temporários na Secretaria de Saúde, inclusive com pagamento irregular de prêmios saúde.
Segundo o Ministério Público Estadual, os indicados formavam o “canhão político” do prefeito, ou seja, eram contratados a pedido de aliados em troca de garantia de apoio à sua gestão, inclusive por parte de vereadores da Capital.
Emanuel saiu do cargo no dia 19 de outubro e retornou na última sexta-feira (26).
Fonte: Mídia News