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Sócio de cervejaria teve prisão decretada e está foragido da PF

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O empresário Liandro Ventura da Silva, que é considerado fogarido
O empresário Liandro Ventura da Silva, que é considerado fogarido

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Fonte: FOLHAMAX

O empresário Liandro Ventura da Silva é o terceiro alvo da “Operação Cupincha”, deflagrada nesta quinta-feira (28) pela Polícia Federal e que apura desvios na Saúde Pública da Capital.

 

Ele teve um mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça que ainda não foi cumprido.

 

Liandro aparece como um dos sócios da Cervejaria Cuybana junto com Joany Costa de Deus, esposa do ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues. Porém, para a Polícia Federal, Célio Rodrigues é o verdadeiro dono da cervejaria, adquirida em fevereiro deste ano.

 

O foragido também é proprietário da empresa Ventura Prestadora de Serviços Médicos Hospitalares Ltda, que tem nome fantasia Hospmed Servicos Medicos e Hospitalares. Ela foi criada em maio de 2017 com sede em Cuiabá.

 

A empresa possui capital social de R$ 1,5 milhão. Não há registros de contratos da empresa com a Secretaria de Saúde da Capital, contudo, ela possui ligações com empresas que detém contratos com o município.

 

Porém, Ventura seria na verdade um “assistente” do ex-secretário Célio Rodrigues. Informações obtidas com exclusividade pelo FOLHAMAX apontam que o “verdadeiro proprietário” da empresa é o ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues, e é usada para receber e ocultar o recebimento de recursos públicos.

 

Isso porque, o inquérito da PF aponta, entre outras coisas, que a Hospmed já funcionou numa casa num condomínio residencial no bairro Jardim Imperial que já pertenceu a Célio. Hoje, está localizada no mesmo endereço de empresas do mesmo segmento que possuem contratos com a prefeitura, tendo, inclusive, recebido vultuosos recursos delas.

 

À Liandro, além de fornecer seu nome para a empresa, cabe a função de auxiliar Célio Rodrigues, tanto no âmbito empresarial quanto no pessoal.

 

“A autoridade policial, analisando os dados do aparelho celular apreendido com o investigado Célio Rodrigues Da Silva, encontrou indícios de que o investigado Liandro Ventura Da Silva é uma espécie de assistente de Célio Rodrigues Da Silva, em razão de receber diversas orientações e determinações, dentre elas, ordem para enviar recursos para Joany Costa de Deus pagar a folha de pagamento salarial; presta contas de despesas; acompanha o saldo de pontos no cartão de crédito e compra passagens para o casal viajar para o Rio de Janeiro/RJ; contrata empréstimo com a anuência de Célio Rodrigues da Silva”, diz trecho da decisão do juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso.

 

CCC

 

Até o momento, foram presos na operação o ex-secretário de Saúde da Capital, Célio Rodrigues, e o empresário Paulo Roberto de Souza Jamur, que foi detido em Curitiba. Célio passou por audiência de custódia na tarde de hoje e encaminhado ao CCC (Centro de Custódia de Cuiabá), já que possui nível superior.

 

Foram cumpridos ainda mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens. Entre os itens apreendidos está uma lancha no Lago de Manso que, segundo as investigações, pertence ao ex-secretário preso. Há ainda veículos de luxo apreendidos com Paulo Jamur em Curitiba  Os bens, segundo a PF, estão em nome de terceiros para ocultar o real patrimônio dos investigados.

 

Cupincha

 

A operação desta quinta-feira é desdobramento da Operação Curare, deflagrada em 30 de julho. um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.

 

Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.

 

A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando a dissimulação dos eventuais beneficiários.

 

Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de Contratos Administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.

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