O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o rastreio das transferências bancárias realizadas pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) e Aprosoja Brasil desde o mês de agosto.
Conforme o documento, deverá ser identificado todo tipo de transferência realizada para outras entidades ou terceiros, seja por meio de TED, PIX ou outras ordens de pagamento, desde 10 de agosto, com valor mínimo de R$ 10 mil.
A determinação consta na decisão que também bloqueou as contas da associação, assinada em 4 de setembro, e que vieram à tona nesta segunda-feira (6).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, há suspeitas de que as entidades tenham sido usadas para financiar condutas antidemocráticas. A decisão de Moraes cita, por exemplo, uso de fundos como o Fethab e o Iagro, que compõem recursos públicos e não têm muita transparência nos seus gastos, para financiamento dos protestos.
Desde 20 de agosto, as entidades entraram na mira da Polícia Federal com o presidente da Aprosoja Brasil, o produtor rural de Mato Grosso Antônio Galvan, sendo alvo de mandados de busca e apreensão. Na época, a Procuradoria-Geral já tinha anotado que ele era suspeito de financiar agentes para participarem da manifestação programada para 7 de setembro.
problema em relação às manifestações seria que agentes financiados para os atos teriam a intenção de até mesmo “ocupar” o STF em Brasília, de forma a tentar pressionar o Senado para a abertura de processos de impeachment de ministros do STF.
Na nova decisão, Moraes reforça a suspeita de financiamento e inclui a Aprosoja de Mato Grosso como alvo dos mandados de busca e apreensão, considerando que Galvan foi presidente da entidade na gestão que encerrou em dezembro de 2020.
Por meio de nota, a assessoria da Aprosoja informou que contribui com o inquérito e negou o financiamento de manifestações. Confira o posicionamento AQUI.
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