O governador Mauro Mendes (DEM) atribuiu à Petrobrás a razão pelo alto custo do combustível e do gás de cozinha, o GLP. O assunto passou a ser debatido nas últimas semanas e, durante visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Cuiabá na quinta-feira (19), o Estado foi apontado como culpado.
Em seu discurso aos apoiadores, Bolsonaro afirmou que o governo federal havia zerado o imposto do gás de cozinha, e, em relação aos combustíveis, o valor pago seria de R$ 0,74 . “O restante é ICMS, frete e margem de lucro”, afirmou.
Entretanto, o governador Mauro Mendes apontou que há 10 anos o ICMS não é reajustado em Mato Grosso. “O ICMS do gás, por exemplo, é 12%. É o ICMS mais barato entre todos os estados brasileiros. Quer dizer, está custando R$ 15. Então a explicação não bate, né?”, rebateu o governador, nesta sexta-feira (20).
Mauro atribuiu a “culpa” do alto custo dos produtos à Petrobras, e afirmou que o custo da gasolina nas refinarias, por exemplo, já aumentou mais de 50%. “Então, está subindo na bomba, se está muito caro, a Petrobras é a responsável, porque ela está repassando 100% de todos os aumentos internacionais”, acrescentou.
Conforme a Petrobras, o valor cobrado pela empresa gira em torno de 33% do preço final da gasolina, enquanto impostos federais somam outros 14%. O preço do etanol anidro, que é obrigatório na mistura, corresponde a outros 16%, e o da distribuição é em torno de 12%. Em Mato Grosso, o ICMS na gasolina é de 25%.
Já em relação ao gás GLP, o custo da Petrobras é de 48%, enquanto o ICMS em Mato Grosso é de 12%. Outros 40% do preço correspondem ao valor da distribuição e revenda.
Mayke Toscano